A tenossinovite do terceiro compartimento extensor (extensor longo do polegar) não é algo comum, entretanto, caso seja suspeitada, deve ser investigada, e caso o diagnóstico seja confirmado, o tratamento deve ser realizado para que se evite dano permanente no tendão!!
O que é a Tenossinovite do Tendão Extensor Longo do Polegar (terceiro compartimento extensor)?
É uma alteração do tendão extensor longo do polegar durante o seu trajeto no punho, antes de chegar no polegar. Nessa região, o tendão passa por um “túnel” muito estreito (terceiro compartimento extensor) e faz uma volta em torno de uma saliência óssea chamada tubérculo de Lister, fazendo uma mudança na sua direção.
Um processo inflamatório no local gera espessamento do tendão e acúmulo de líquido ao seu redor.
Diferente de outras tenossinovites muito mais frequentes, como a Tenossinovite de De Quervain, dedo em gatilho e tenossinovite do sexto compartimento extensor (extensor ulnar do carpo), a tenossinovite do tendão Extensor longo do polegar é mais preocupante e necessita intervenção precoce devido ao risco de ruptura do tendão.
Quais os sintomas da Tenossinovite do terceiro compartimento extensor (extensor longo do polegar)?
Os sintomas da tenossinovite do tendão Extensor Longo do Polegar costumam ser dor no trajeto do tendão no dorso do punho, inchaço e hipersensibilidade na região ao redor do tubérculo de Lister.
Os pacientes referem dor nesse lugar ao fletir a articulação interfalangeana do polegar (ou seja, sentem dor ao dobrar a ponta do polegar) e também queixam-se de dor ao ativar o extensor longo do polegar.
Um sintoma tardio pode ser o prejuízo na motricidade por ruptura do tendão, trazendo perda de movimento.
Paciente está tentando fazer o mesmo movimento com as duas mãos. Na mão, em que houve ruptura do extensor longo do polegar devido à tenossinovite não tratada, o paciente não consegue.
Quais exames são usados para o diagnóstico da tenossinovite do extensor longo do polegar?
Os exames de imagens são a ressonância magnética ou o ultrassom.
Qual o tratamento indicado?
O tratamento é cirúrgico e deve ser realizado de maneira breve.
Os livros referem que a tenossinovite do terceiro compartimento extensor necessita diagnóstico precoce e tratamento cirúrgico urgente, para impedir a ruptura tendínea (complicação vista nos casos de tenossinovite do extensor longo do polegar e felizmente muito rara nas outras tenossinovites mais comuns – como a de De Quervain e dedo em gatilho.
Entretanto, para casos iniciais, com pouco tempo de sintoma, em que o exame de imagem não acusa alterações intrassubstanciais no tendão, pode-se tentar um tratamento inicial sem cirurgia.
A avaliação por um médico especialista é fundamental, já que se o tratamento não for devidamente guiado pode haver uma ruptura do tendão que não permite reparo. Sendo necessária, nesses casos, cirurgia de transferência tendínea, em que um tendão extensor destinado ao indicador é transferido para restituir a função do extensor longo do polegar.
Importante: Todo tratamento ideal deve ser individualizado e definido após uma avaliação médica criteriosa. O Núcleo de Ortopedia Especializada possui especialistas renomados em todas as áreas da Ortopedia moderna. Consulte um ortopedista especialista em mãos.
FAQ
Depende… Primeiro precisamos avaliar de qual tenossinovite se trata. As tenossinovites que podem acometem o polegar são:
Tenossinovite de De Quervain: muitos casos melhoram sem cirurgia;
Polegar em gatilho (Tenossinovite estenosante do tendão flexor longo do polegar): muitos pacientes também melhoram sem operação
Tenossinovite do terceiro compartimento extensor (extensor longo do polegar): Patologia pouco frequente em que o tratamento cirúrgico é o mais indicado.
Avaliação realizada por um especialista é fundamental para o diagnóstico preciso e introdução do melhor tratamento para cada caso.
Basicamente, o tendão extensor longo do polegar é liberado do “túnel estreito” (terceiro compartimento extensor) e passa a ter um trajeto mais superficial e sem uma mudança brusca de direção.
Figura mostrando a técnica de tratamento cirúrgico da tenossinovite do terceiro compartimento extensor (quando ainda não houve ruptura do tendão)
Se a cirurgia foi feita antes de haver ruptura do tendão, não há necessidade de imobilização no pós operatório.
O paciente pode movimentar o polegar normalmente após a cirurgia, há apenas um curativo.